Economia Hoje
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Criação de nova seguradora é apoiada por corretores de seguros
Em gestação há algum tempo, a iniciativa de unir capital ao conhecimento de mercado dos corretores de seguros e técnicos do mercado segurador, resulta em uma nova seguradora já em 2011.
A iniciativa reúne profissionais e empresários de vários segmentos, TI, Telecom, programadores, corretores de valores, corretores de seguros, corretores de imóveis, bancos de investimentos e comerciais, correspondentes bancários, de assistência 24 hs, reparadores, vistoriadores, reguladores de sinistro, auto centers, funilarias, associações de transportadores de carga, distribuidores de pneus, comerciantes e industriais de todo país.
Cansados de submeter-se ao oligopólio de uma dezena de seguradoras obsoletas que dão as cartas neste mercado, resolveram, através de um fundo de investimentos, cotizarem-se para o desenvolvimento do empreendimento.
Em um mercado onde escala é fator primordial, a adesão de corretores de seguros cria o cenário ideal para uma nova empresa nascer com pujança, já que estes profissionais detém importante market share.
Com base no conhecimento compilado de mercado destes profissionais foi desenvolvido um sistema de gerenciamento da nova seguradora, espelhada nos erros e acertos dos players do mercado segurador.
O sistema contempla desde calculadoras on-line até o back office e pós venda dos corretores de seguros, CRM integrado de administração de negócios em várias camadas, sistema de telefonia digital interativo com outras mídias digitais, lojas de internet, acessibilidade às apólices dos clientes on-line por certificação digital, digitalização de todo processo de vendas, de vistorias, controle de prestadores de serviços, que por gravação de imagens poderão agilizar trâmites de reparação e prevenção de forma muito mais ágil.
A redução de custos, agilidade, capilarização, diversidade de conhecimento e formação dos empreendedores vão criar o diferencial de atendimento da nova seguradora. Desburocratizando processos que irritam os clientes das seguradoras atualmente e criando produtos práticos, direcionados para segmentos específicos, com respaldo de resseguradores internacionais, a nova seguradora pretende simplesmente encantar os seus clientes, introduzindo no mercado o verdadeiro conceito de mutualidade e justiça tarifária.
A seguradora inicia suas operações em todos os estados da federação com uma rede credenciada de prestadores de serviços diferenciada, com as melhores opções locais, definidas pelos próprios corretores de seguros.
O investimento inicial previsto para este ano é de R$ 60.000.000,00 (Sessenta milhões de reais) e a administração profissional do empreendimento será dividida entre a área operacional de seguros, eleita pelos participantes do fundo de investimentos, e financeira, gerida por uma das maiores corretoras de valores do país, administradora do fundo.
Analistas de mercado vislumbram uma mudança drástica no atendimento dos segurados e no entendimento que o consumidor passará a ter sobre as garantias que contrata, com quem contrata e os prestadores de serviços com quem eventualmente poderá contar.
" Não é mais uma seguradora, é a seguradora que vai mudar o conceito de seguros no país", afirma Luís Stefano Grigolin, mentor do projeto. "O grupo pretende influenciar fortemente na legislação de seguros no país, que hoje torna hipossuficiente o consumidor de seguros".
"Previsto inicialmente para iniciar as operações em 2013, o projeto foi antecipado por conta da forte atração que o mercado de seguros vem exercendo sobre investidores, também pelas margens alcançadas na distribuição e operação do mix das carteiras, e, forte expansão do mercado, agora consolidadada ",diz.
"A expectativa é submetermos o projeto, a criação da seguradora e notas técnicas de produtos de seguros ao órgão regulador do mercado, a Susep - (Superintendência de Seguros Privados do Ministério da Fazenda) no início de 2011, alcançando 4% do mercado até 2012, usando recursos de co-seguro e resseguro, o que seria um resultado fantástico".
terça-feira, 22 de junho de 2010
Microsseguros
Seguros a 1 dólar por mês revolucionam mercado indiano
Apólices para mercado de baixa renda oferecidos pela Bajaj Allianz, Índia,
beneficiaram mais de 2 milhões de indianos em dois anos – e o Brasil tem potencial para trilhar um caminho semelhante
beneficiaram mais de 2 milhões de indianos em dois anos – e o Brasil tem potencial para trilhar um caminho semelhante
Em 2008, o ciclone Nisha devastou a costa Sul da Índia e fez com que cerca de 50 mil pessoas perdessem tudo o que tinham. Felizmente, cerca de 14 500 famílias conseguiram recomeçar a vida. Pagando mensalidades médias de apenas US$ 1 por mês, elas haviam contratado um seguro contra perdas por desastres naturais e ganharam indenizações para reconstruir o que ficara arrasado pelo desastre natural. Juntas, elas receberam US$ 800 mil da Bajaj Allianz, uma das pioneiras no mundo em operações de microsseguros – uma modalidade que oferece apólices extremamente baratas para pessoas que estão excluídas do sistema financeiro internacional.
Quem comandou esse processo foi o indiano Kamesh Goyal, country manager da Bajaj Allianz, Índia. O executivo participou hoje do V Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, organizado pela Allianz Seguros no hotel Intercontinental, em São Paulo, SP, com a presença de quase 60 profissionais da imprensa de todo o País. Goyal é um grandes espacialistas mundiais no assunto. “São justamente as pessoas com menos recursos que estão mais expostas ao risco”, diz. “Portanto, as que mais precisam de seguro”, complementa Goyal.
Na Índia, cerca de 70% da população total não tem acesso a nenhum produto financeiro. “É uma imensa oportunidade de negócios, tanto na Índia quando em outros países emergentes”, diz Goyal.
Aqui no Brasil, o mercado de microsseguros ainda não está regulamentado, mas as seguradoras brasileiras já estão de olho nesse segmento. “O microsseguro representa não apenas um negócio, mas uma oportunidade de inclusão social”, afirmou Max Thiermann, presidente da Allianz Seguros, na abertura do Fórum.
Na opinião do professor Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, o microsseguro ainda é um assunto pouco abordado no Brasil. “Aqui, fala-se muito sobre microcrédito, mas é preciso lembrar que ele só é eficiente se for combinado com outros produtos”, diz. Gonzalez citou como exemplo um microempreendedor que consegue crédito para comprar um bem, como carrinho de cachorro quente. “Se ele não tem nenhum tipo de cobertura de seguro, ele pode perder anos de investimento com uma simples enchente”.
Desafios
Na opinião de Goyal, atender as pessoas das camadas mais baixas da população requer uma série de adaptações no modelo de negócios de uma seguradora tradicional. Para chegar a apólices tão baratas é preciso eliminar burocracias e baratear o custo de divulgação, entre outras adaptações.
Outro ponto que merece atenção é o contato com o público-alvo.
Na Índia, 80% da população vive em áreas rurais, o índice de analfabetismo é alto e muita gente não tem nenhum tipo de documento de identificação. Como chegar até elas? “Tivemos que encontrar canais alternativos”, explicou o indiano. A Bajaj Allianz fez parcerias com associações, organizações não-governamentais, cooperativas agrícolas e instituições que já trabalham com o microcrédito. A seguradora também criou métodos irreverentes para falar com essas pessoas: em vez de panfletos e explicações complexas, os vendedores usam dinâmicas como peças de teatro e um jogo em que pedrinhas simulam a mensalidade e o prêmio.
Com estratégias como essa, a empresa pretende crescer nesse segmento a um ritmo mais veloz do que em ramos mais tradicionais. “Queremos dobrar as receitas da operação de microsseguros em dois anos”, diz Goyal. Em 2009, o faturamento da modalidade foi de US$ 50 milhões. Hoje, a Bajaj Allianz tem 2,1 milhões de contratos de microsseguro no segmento vida e 34 mil em saúde.
O que é microsseguro
É uma modalidade de seguro que oferece apólices extremamente baratas para pessoas que estão excluídas do sistema financeiro tradicional. O preço médio de uma apólice na Índia é de US$ 12 por ano.
Números
US$ 50 bilhões é o tamanho do mercado segurador indiano
US$ 3 bilhões foi o faturamento total da Bajaj Allianz, Índia, em 2009
US$ 50 milhões foi o faturamento da Bajaj Allianz, Índia, em microsseguros, em 2009. A empresa pretende dobrar esse valor nos próximos dois anos.
US$ 1 dólar é a mensalidade média de uma apólice de microsseguro na Índia
2,1 milhão de apólices de microsseguro (vida) foram comercializadas pela Bajaj Allianz, Índia
34 mil apólices de microsseguros (saúde) foram comercializadas pela Bajaj Allianz, Índia
5% é a porcentagem de pessoas com algum tipo de cobertura de seguro no mundo.
5° Fórum Internacional para Jornalistas
Seguro garantia cresce com grandes obras de infraestrutura
As 22 seguradoras e 18 resseguradoras que atuam no setor têm
condições de assegurar a realização das obras para a Copa e Olimpíada
condições de assegurar a realização das obras para a Copa e Olimpíada
“As seguradoras brasileiras têm condições de garantir a realização de todas as grandes obras para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016”. É o que afirmou Edson Toguchi, superintendente de Produtos Financeiros e Responsabilidades da Allianz Seguros, durante o 5º Fórum Internacional de Seguros para Jornalistas, organizado no dia 22 de junho pela Allianz Seguros no hotel Intercontinental, em São Paulo, SP, com a presença de quase 60 profissionais da imprensa de todo o País.
Segundo Toguchi, as 22 seguradoras e 18 resseguradoras que atuam no setor devem registrar um recorde no total de prêmios pagos em seguro garantia. A expectativa é que o mercado fature até R$ 900 milhões. No ano passado, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), as receitas foram de R$ 696 milhões.
Destinado aos órgãos públicos e às empresas privadas, sobretudo da construção civil, o seguro garantia tem como objetivo assegurar o cumprimento das obrigações contratuais estipuladas em um contrato, licitação ou concessão pública. Em licitações, é usado para garantir que a empresa vencedora da concorrência assine o contrato de execução ou de fornecimento previsto no edital ou convite.
Na opinião de Tânia Amaral, superintendente de Riscos Financeiros da Munich Re do Brasil e debatedora do Fórum, o seguro garantia ainda tem muito terreno para crescer no País. No Brasil, ele representa 0,03% do PIB. Em outros países da América Latina esse percentual é maior: o México é de 0,04% e no Panamá é de 0,28% “Alguns segmentos da economia ainda não conhecem bem esse mecanismo”, diz Tânia. “A principal função do seguro garantia é pré-qualificar uma empresa para participar de um projeto. Quando ela consegue o seguro para apresentar ao contratante já é um excelente sinal.”
Tânia disse, ainda, que um motivo de preocupações para o setor é a excessiva concentração de riscos em poucas empresas. “Hoje, todos os grandes projetos estão na mão de cinco construtoras, o que aumenta muito o risco”, diz ela. “Hoje, das 20 maiores exposições da Munich re no mundo, metade é de empresas brasileiras.
Já Toguchi destacou que o Brasil vive um dos melhores momentos econômicos de sua história, com elevados investimentos em infraestrutura, sobretudo graças ao PAC, aos grandes projetos de energia limpa, a construção civil e – agora – aos dois maiores eventos esportivos do mundo que acontecerão por aqui. “Já estamos negociando o seguro garantia para a reforma de estádios, ampliação e construção de aeroportos e projetos de transportes”, afirmou Toguchi. Segundo ele, também que a Allianz vem registrando crescimento acima da média. No ano passado, enquanto o mercado cresceu 40%, a seguradora obteve um aumento de 73%.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Os fundamentos da crise não são sólidos
Por mais que tenha me esforçado para entender as explicações de um sem número de economistas sobre as responsabilidades da crise, não vejo uma explicação plausível.
Há de fato um prejuízo incomensurável a um número desconhecido de investidores e cidadãos que estão pagando a conta via governos de seus países. Se há prejuízo de um lado, há ganhadores de outro. É preciso, portanto, identificar os ganhadores e deles cobrar, direta ou indiretamente, parte desses prejuízos socializados. É preciso identificar as autoridades que por omissão, deixaram a frouxidão regulatória atingir quem investia e agora quem sequer investia.
Se não há como tipificar financeiramente e economicamente estes eventos, o direito é farto em definições. Enriquecimento ilícito, ou sem causa, estelionato, omissão, fraude, especulação, e por aí vai uma romaria de termos que se enquadram.
O que não pode haver é dois pesos e duas medidas. O capital especulativo tem se mostrado tão danoso que deveria ser tipificado criminalmente. Se um ladrão de galinha lhe subtrai algo de seu galinheiro há tipificação e pena. Se um banqueiro de investimento com bônus anual milionário lhe vende papéis sem o mínimo lastro, mesmo dentro das "regras" e lhe causa dano, é igualmente culpado. O que muda é a forma e a sofisticação do delito. Se este delito torna-se de tal sorte potencial que passa a atingir indistintamente, os cidadãos, os investidores, as instituições e os governos, a gravidade do delito está aí configurada.
Se tenho dificuldade em entender as explicações dos economistas não tenho dificuldade nenhuma em tipificar como crime, ato que igualmente lesem quem quer que seja.
É uma questão de bom senso.
Ou organizam o caos ou nos locupletemos todos desta baderna financeira. Eu quero minha parte em dinheiro, não aceito títulos!
Luís Stefano Grigolin
domingo, 12 de outubro de 2008
A origem da crise é muito além do sub prime
É impossível querer separar o mercado financeiro do mundo real da economia, na indústria, no comércio, no agronegócio e nos serviços. Praticamente todos os negócios dependem do fluxo de capitais do mercado financeiro, assim como a recíproca é verdadeira. Sem o movimento da economia real, aquela que efeivamente produz mercadorias e serviços, não haveria espaço para produtos financeiros, bolsas de valores e mercadorias.
Esta crise não está restrita ao mercado financeiro. Ela é estrutural, está distribuida pela cadeia produtiva na mesma medida em que os investimentos migraram do mercado formal financeiro para o mercado de commodityes, que interferem além do suprimento financeiro das necessidades de empreendedores e passam a ditar a performance de segmentos produtivos inteiros. O que há nesse instante é um mega desajuste deste complexo sistema, criado pelos derivativos irracionais que tentaram artificialmente multiplicar o capital real à disposição dos mercados.
Por tratar-se de uma crise inédita, estão tardando os diagnósticos mais abrangentes, mesmo porque os mesmos gurus que foram incapazes de prevê-la , freneticamente tentam explicá-la.
A crise é do que convencionaram chamar de globalização. A globalização, este mecanismo complexo que tentou controlar os mercados mundiais em termos globais, está fazendo água. De tão simples parece ridículo, mas é tão abrangente que foge aos olhos dos cabeças de planilha que ocupam os cargos de economistas chefes das principais instituições financeiras, governantes e "especilistas". Estamos diante de um problema que está relacionado diretamente a economia real e não podemos tratá-la como uma crise financeira. As respostas à crise estão sendo balizadas em função das repercusões dentro das fronteiras dos países, dando o primeiro passo para a inversão da globalização e a volta ao tradicional comércio multilateral entre países. Então estamos diante de uma crise de valores que questiona a globalização em sí. Não é uma crise de credibilidade em instituições financeiras, mas de mecanismos de controle nacionais e mundiais. Estamos diante de um novo paradigma, e da formação de uma nova geopolítica e uma nova geoeconomia.
A crise já permeou o comércio exterior, a agricultura, a indústria , o comércio e os serviços e os seus reflexos vão se sentir através da drástica redução de atividade econômica e receitas de impostos. Na contramão o governo brasileiro, em função direta das eleições municipais de Outubro, deixou de exercer os mecanismos de defesa, quando publicamente não identificou a gravidade da crise, apesar de ser conhecida dentro do Palácio do Planalto sua extensão.
O equívoco de posicionamento deve-se em parte ao desconhecimento de causa realmente, em parte ao amadorismo com que foi tratada a situação, e em grande parte por falta de liderança. Em sua primeira crise durante todo o seu governo, Lula mostra o seu despreparo ao bradar ao mundo uma suposta impermeabilidade à crise, tendo como partida uma reserva de 200 bilhões de dólares, diante do derretimento de trilhões de dólares em patrimônio. Ou é ingenuidade ou despreparo. Ou as duas alternativas em conjunto, não há outra possibilidade, e fico com a terceira alternativa.
Lula agora entende o dilema de enfrentar uma crise de grandes proporções e o porque da necessidade de uma política econômica austera. Reluta ainda em fazer o que de imediato deveria estar fazendo, o corte nas despesas públicas, a informação da gravidade à população e o imediato rompimento entre o cidadão que ocupa o cargo de presidente da república e o político.
Diante da extensão e duração da crise, que certamente ultrapassa o seu mandato, que certamente demandará a união de todos os políticos, empresários e cidadãos para esforços em comum, espera-se uma atitude à altura do presidente da reública.
É uma questão de ser ou não ser estadista.
Luis Stefano Grigolin
Assinar:
Postagens (Atom)